AUTISMO: UM ACONTECIMENTO DISCURSIVO

Autores

  • Cynara Maria Andrade TELLES

Resumo

Pretendemos  neste trabalho abordar o autismo na perspectiva teórico-clínica, como tambémna    discursiva,    entendendo-o    enquanto    um    acontecimento    discursivo,    propondo    pensar    os desdobramentos  desde a construção de uma categoria de doença em preendida pela psiquiatria infantil na década de 1940, época em que a doença mental infantil e outros trabalhos  voltados para a infância surgiram  e  marcaram  todo  o  campo  posterior  deste  universo  teórico.  Nosso  objeto  de  estudo  é  o diagnóstico do autismo, suas nomeações e renomeações no campo da ciência. Faremos  este percurso, com  o  propósito  de  discutir  o  que  se  compõe  até  chegarmos  ao  momento  histórico  atual,  quanto  à denominação nosográfica do autismo. Retomaremos  o caminho da ciência no que se refere ao campo conceitual e classificatório sobre o autismo, sempre priorizando o percurso seguido pelas construções teóricas e os  efeitos  delas  no saber médico, no saber psicanalítico, no saber filosófico,  como também do próprio autista. E ainda, no (não) saber do  leigo, de acordo  com  dispositivos  legais  e seus  efeitos sobre sujeitos que vivenciam esta condição, quer sejam os próprios autistas, quer sejam as pessoas que com  eles  convivem:  pais,  irmãos,  professores,  profissionais.  Este  caminho  visa  confirmar  o  autismo como  um  acontecimento  discursivo,  conforme  proposto  por  Foucault (2008).  Nosso  desejo,  com  tal retomada,  considerando  as  posições  ocupadas  por  esse  sujeitodesviante, é  refletir  as  questões  históricas, sociais e políticas que configuraram os cenários e os lugares por ele ocupados.

Downloads

Publicado

2016-12-10

Edição

Seção

Artigos