Este artigo tem como objetivo analisar os processos de enunciação do humor em piadas de caipira, levando em conta a materialidade discursiva de um conjunto de piadas regionalistas que constituem o corpus de nosso trabalho e a partir do qual observamos, sob a perspectiva teórica da Análise do Discurso (AD) de linha francesa, a questão do preconceito nas diferentes representações– muitas vezes hiperbólicas – da figura do caipira. Para tanto, mobilizamos, em nossas análises, os estudos de Amossy & Herschberg - Pierrot (1997) para tratar da questão dos estereótipos, bem como os trabalhos de Possenti (1998, 2010), Maingueneau (1993, 1998, 2006), Freud (1905), Bergson (1899), Propp (1976), Raskin (1985) e Skinner (2002), no intuito de analisar as relações entre a história, a língua, o discurso, a ideologia, a comicidade e o riso.
