O DISCURSO INTELECTUAL FRANCÊS EM DISTINTAS GERAÇÕES DISCURSIVISTAS: PÊCHEUX E FOUCAULT AOS OLHOS DE JEAN-JACQUES COURTINE E JOHANNES ANGERMULLER
Resumo
Em seu heurístico ensaio “Bakhtin e Benjamin: sobre Goethe e outras questões”, publicado em sua versão brasileira na Revista Bakhtiniana, número 11, volume 01 de 2016, Tatiana Bubnova, além de mostrar pontos de contato e distanciamento epistemológico entre o pesquisador russo e o pesquisador judeu-alemão, assevera que “é bem sabido que, à medida que uma geração de pesquisadores sucede à outra, a leitura de Bakhtin tem se modificado em concordância com as mudanças das condições de recepção”. Tomamos essa afirmação-programa de Bubnova para refletir, com base em trabalhos de dois pesquisadores francofones, Courtine e Angermuller, que representam metonimicamente duas gerações de discursivistas franceses, as diferentes interpretações engendradas por esses pesquisadores acerca do pensamento de Michel Pêcheux e de Michel Foucault no que se refere à história dos estudos discursivos franceses. Ancorados teórico-metodologicamente na Análise de Discurso francesa e em teorias da enunciação, frequentamos analiticamente diversos ditos e escritos de Courtine e Angermuller, produzidos, no caso do primeiro pesquisador nos anos oitenta do século passado e, no caso do segundo, em meados dos anos 2000.Trabalhamos mais especificamente com excertos dos livros Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos de Jean-Jacques Courtine e Análise do discurso pós-estruturalista: o sujeito na linguagem em Lacan, Althusser, Foucault, Derrida e Sollers de Johannes Angermuller.